Projeto Tele-UTI Brasil

Projeto Tele-UTI Brasil - Melhorando a qualidade, segurança e a prática médico-assistencial no atendimento a pacientes graves no Brasil


O uso da telemedicina, como ferramenta para viabilizar a oferta de serviços em saúde, bem como educação, treinamento e apoio clínico aos profissionais da saúde, em casos onde a distância é um fator crítico, vem crescendo e já é rotineiramente oferecida em países mais desenvolvidos (GARINGO et al., 2015; GORAN, 2011).

O Brasil é um país que oferece oportunidades ímpares para o desenvolvimento e as aplicações da telemedicina. Sua grande extensão territorial, milhares de locais isolados e de difícil acesso, distribuição extremamente desigual de recursos médicos de boa qualidade, entre outros aspectos que vêm limitando o direito à saúde - universal, integral e equânime. Os esforços dos governos estaduais e federal na implementação da telemedicina consubstanciam essa perspectiva. (MALDONADO et al., 2016).

Dados de revisões sistemáticas sugerem que o emprego da Telemedicina no ambiente de UTI também pode diminuir a mortalidade de pacientes internados em UTI, além do uso racional de recursos.




Introdução


A iniciativa pretende otimizar o desfecho clínico de pacientes por meio da abordagem multiprofissional e acompanhamento horizontal, buscando a melhora de tempo de internação, tempo de ventilação mecânica e morbimortalidade. Adicionalmente, contribui com o uso racional dos recursos públicos e a redução de desperdícios financeiros no Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo o acesso de mais pacientes aos leitos e aumentando sua segurança.

Para isso, o TeleUTI irá implantar o modelo de telerrounds e educação continuada em leitos de UTI adulto, objetivando a classificação da triagem segundo critério da Associação de Medicina de Terapia Intensiva e apoio a decisões bioéticas, manejo da sedo-analgesia com o que estiver disponível por instituição e manejo do suporte ventilatório, além de desenvolver habilidades nas equipes estimulando a implantação de protocolos e linhas de cuidado de UTI, baseados nas melhores práticas, otimizando sistemas e processos de trabalho.

O projeto também promoverá capacitações com o corpo técnico dos hospitais participantes para que se transformem em multiplicadores do processo de TeleUTI, além de produzir relatórios com os resultados obtidos a partir dos estudos realizados.

Para o usuário do SUS, o projeto pretende impactar na qualidade de atendimento das unidades de terapia intensiva participantes, aumentando a satisfação das famílias envolvidas. Outro benefício é a elaboração de uma plataforma colaborativa com a participação de cinco entidades de saúde de reconhecida excelência (HAOC, HCOR, HIAE, HSL, BP), possibilitando maior capilaridade, maior impacto e divulgação dos resultados por meio da virtualização do projeto.


Objetivos do Plano Nacional de Saúde aos quais o projeto se vincula:

• Objetivo 01: ampliar e qualificar o acesso aos serviços de saúde, em tempo adequado, com ênfase na humanização, equidade e no atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica e especializada, ambulatorial e hospitalar.

• Objetivo 07: promover a produção e a disseminação do conhecimento científico e tecnológico, análise de situação de saúde, inovação em saúde e a expansão da produção nacional de tecnologias estratégicas para o SUS.

• Objetivo 10: promover, para as necessidades do SUS, a formação, a educação permanente, a qualificação, a valorização dos trabalhadores, a desprecarização e a democratização das relações de trabalho.


Políticas públicas vinculadas:

• Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde.

• No caso do Einstein, mais de 160 leitos – 20 hospitais farão parte do projeto (que iniciou-se no final de Abril 2022 e tem duração prevista até 31/12/2023).

Adicionalmente as visitas virtuais multiprofissionais diárias, o presente projeto também propiciará:

• Condução diária também de visitas de acompanhamento multiprofissional (médicos, fisioterapeutas e de enfermagem)

• Disponibilização sob demanda, de teleinterconsulta com especialistas médicos (Cardiologia, Pneumologia, Neurologia e Infectologia).

• Acompanhamento e avaliação de indicadores assistenciais nas UTIAs participantes.

• Atividades de educação permanente às equipes das unidades participantes

• Subsidiar e auxiliar na produção, em conjunto com as equipes remotas, de protocolos e rotinas multidisciplinares para sistematizar o acompanhamento e tratamento do paciente crítico entre as unidades.




Métodos


Mais de 800 leitos (em mais de 80 hospitais) serão acompanhados diariamente, por especialistas de 5 hospitais PROADI (HIAE, HSL, HAOC, HCor e BP).


O projeto prevê as seguintes atividades:

• Ação emergencial nos casos de Covid-19 por meio de telemedicina. Realização de visitas multiprofissionais diárias, em leitos de UTIs previamente selecionadas para segunda opinião formativa em casos suspeitos ou confirmados da doença;

• Estruturação de salas de comando, onde os médicos intensivistas, junto às equipes multidisciplinares, comandarão rounds à distância com as unidades remotas;

• Aplicação do modelo de telerrounds para até 160 leitos de UTIs remotas no Brasil, definidas em parceria com o MS;

• Condução diária de rounds de acompanhamento multiprofissional (médicos, fisioterapeutas e enfermagem);

• Disponibilização, sob demanda, de rounds com especialistas das ESRE;

• Acompanhamento e avaliação de indicadores assistenciais nas UTIs remotas;

• Atividades de educação permanente para as equipes das unidades participantes;

• Auxílio na produção, em conjunto com as equipes remotas, de protocolos e rotinas multidisciplinares para sistematizar o acompanhamento e tratamento do paciente crítico entre as unidades.


Áreas de atuação do projeto:

• Desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em serviços de saúde

Seleção, definição e estruturação de Unidades de Terapia Intensivas Adulto para a participação no projeto, com capacidade para atender até 160 leitos/dia. Consiste em um levantamento das UTIs a partir do cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) e diagnóstico das unidades candidatas por meio da aplicação de questionário específico. As unidades serão incluídas no projeto pela indicação dos gestores estaduais e/ou municipais e com a anuência do Ministério da Saúde. São determinados, além de critérios de admissão no projeto, critérios de desligamento das UTIs remotas conforme a adesão e engajamento da equipe.

A intervenção se dará pela aplicação de um modelo de telerround diário que consiste na avaliação, pela equipe médica, de todos os pacientes internados nos leitos de UTI-A participantes, com apoio de equipamento disponibilizado para as unidades. Ainda, poderão ser ofertados atendimentos de especialistas médicos ou equipe multidisciplinar conforme a demanda identificada.

Como ação emergencial de enfrentamento à Covid-19, os hospitais PROADI-SUS também atuam, por meio da telemedicina, em UTI-A com foco nos pacientes diagnosticados. As unidades selecionadas para participar dessa ação serão demandadas pelas Secretarias Estaduais ou Municipais e pelo Ministério da Saúde. A ação emergencial será executada enquanto durar a pandemia, porém, pode ser descontinuada por determinação de encerramento prévio pelo Ministério da Saúde.


Capacitação de Recursos Humanos:

• As atividades de educação permanente têm o propósito de sistematizar o cuidado em casos críticos, aumentar a qualidade do atendimento e melhorar a segurança dos pacientes, garantindo assim a sustentabilidade do projeto após seu encerramento.


Essas atividades serão conduzidas por meio de:

• Discussões diárias, durante os telerrounds, de casos clínicos reais, em que serão formuladas hipóteses diagnósticas, orientações de conduta terapêutica e seguimento clínico dos pacientes.

• Educação permanente com as equipes assistenciais das UTIs através de lives interativas, com discussão de temas pertinentes às UTIA e casos clínicos complexos, além da revisão e instrumentação para a elaboração de protocolos e rotinas assistenciais baseados em evidências científicas atualizadas. Os temas abordados nas atividades educacionais serão selecionados a partir de necessidades identificadas ao longo da execução dos telerrounds ou por demandas específicas dos centros remotos participantes do projeto.


Critérios de inclusão de centros remotos:

• Ser uma unidade composta por 10 a 20 leitos;

• Ter médico rotineiro, sem residência médica ou título de especialista em terapia intensiva;

• Ter equipe médica, de fisioterapia e de enfermagem, motivada a participar do projeto;

• Ter equipe multidisciplinar disponível para participar do projeto;

• Não ter acesso a médicos especialistas com facilidade;

• Não ter rotinas e protocolos clínico-assistenciais bem estabelecidos;

• Ter exames de imagem digitalizados;

• Possuir equipamentos, materiais e medicamentos mínimos para a assistência ao paciente grave, de acordo com a equipe técnica do projeto;

• Ter facilidade de acesso a dados para realização de estudos científicos;

• Ter infraestrutura de rede mínima viável para conexões com internet;

• Participação efetiva da equipe remota (as UTIs serão monitoradas quanto à aderência às ações propostas).


Critérios de exclusão:

• Hospital participante não realizar os telerrounds diários durante 5 dias consecutivos ou mais de 9 dias intercalados durante o mês;

• Número de internados na UTI participante inferior a 5 pacientes confirmados durante 1 semana após participação do projeto;

• Ter equipe médica e de enfermagem que não estejam motivadas a participar do projeto;

• Não tem infraestrutura mínima viável para a conexão com a internet;

• Não firmar o Termo de Compromisso.


Principais entregas do projeto:

• Ação emergencial Covid-19: visitas multiprofissionais e monitorização da adesão;

• Realização dos telerrounds diários e capacitações visando a educação permanente por meio da abordagem de temáticas referentes ao manejo do paciente crítico;

• Monitorização dos dados por meio de indicadores de resultados relacionados à abordagem de pacientes críticos em leitos de UTIA que possam demonstrar os desfechos clínicos.




Equipe


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Colaboração


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